Petróleo fecha 4º pregão seguido de queda, com baixa de mais de 2% após dados dos EUA

O petróleo fechou o quarto pregão consecutivo em queda, com o Brent registrando o menor nível desde dezembro de 2021 na mínima intraday, enquanto o WTI atingiu o menor nível desde junho de 2023. A tendência baixista no preço da commodity permanece após a divulgação do payroll dos Estados Unidos, que reforçou as expectativas de baixa demanda pelo óleo, seguindo a tendência chinesa.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em queda de 2,14% (US$ 1,48), a US$ 67,67 o barril, enquanto o Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), teve perdas de 2,24% (US$ 1,63), a US$ 71,06 o barril.

Para a StoneX, os dados de payroll dos EUA sugerem uma desaceleração mais agressiva da economia americana e da demanda pelo petróleo que, somada à fraca demanda da China pela commodity, contribui para uma redução muito forte dos preços.

Segundo a Oxford Economics, diante da baixa demanda pelo óleo, as atividades petrolíferas na Arábia Saudita devem cair 5,4%, contra a previsão anterior de um declínio de 5% este ano, para atender às reduções voluntárias propostas pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

Ainda que a Opep+ tenha decidido adiar o aumento na produção e não prejudicar ainda mais o preço do óleo, a Capital Economics explica que as implicações imediatas do atraso são limitadas.

“Isso só restringirá a oferta marginalmente durante a maior parte de 2025”, menciona em relatório.

(Estadão Conteúdo)

Itaú projeta avanço de 25% para etanol de milho; combustível deve representar 1/5 do consumo em 2022

O Itaú BBA espera que a produção de etanol de milho do Brasil cresça 25% na safra 2024/2025, para 7,8 bilhões de litros. Para 2025/2026, a expectativa é de um incremento de 11%, para 8,7 bilhões de litros. Os dados são do “Radar Agro” para setembro feito pelo banco.

Dessa forma, o volume de milho consumido para a produção de etanol deve alcançar 17,3 milhões de toneladas em 2024 (avanço de 29% ante 2023), representando 21% do consumo doméstico. Em 2025, o banco estima que serão consumidos 19,4 milhões de toneladas.

Para o DDGs (Grãos Secos de Destilaria), que podem ser obtidos a partir da produção do biocombustível, a expectativa é que a produção alcance 5,2 milhões de toneladas em 2024 (crescimento de 28%), sendo que o Brasil deve exportar 14% desse volume (740 mil toneladas).

O Itaú reforça que as exportações do DDGs tem crescido de maneira importante, com o volume exportado atingindo 491,5 mil toneladas de janeiro a agosto de 2024, um avanço de 24% frente ao mesmo período de 2023. Considerando essa mesma taxa de crescimento para o restante do ano, teríamos um volume total de 744 mil toneladas, acima das 600 mil de 2023.

A nova fronteira na produção de etanol

Segundo dados da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia), o Brasil possui 21 usinas de etanol que utilizam o milho como matéria-prima em funcionamento atualmente, sendo 11 no Mato Grosso, 6 em Goiás, 2 no Mato Grosso do Sul, 1 no Paraná e 1 em São Paulo.

Dessas 21 unidades, 11 são exclusivamente de milho, enquanto as demais produzem etanol de cana-de-açúcar e de milho, denominadas usinas flex.

De acordo com o banco, a próxima fronteira a ser conquistada parece ser a produção do biocombustível a base de trigo, sendo que usinas de etanol de trigo já começaram a ser construídas.

“Pelo mapeamento do Itaú BBA, a capacidade de produção dos três projetos (todos no RS) é de aproximadamente 385 milhões de litros por ano. No entanto, no horizonte do nosso cenário, apenas 15 milhões de litros por ano deverão estar funcionais em 2025”, apontam analistas.

Gasolina no Brasil está 5% mais cara do que no mercado internacional, diz levantamento

Com a queda do preço do petróleo no mercado internacional, em meio a grande instabilidade, os preços dos derivados da commodity no Brasil ficaram mais caros do que os praticados no Golfo do México, usado como parâmetro pelos importadores.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina está 5% mais caro em todas as refinarias brasileiras, mantendo as janelas abertas para importação. Para se equiparar ao mercado internacional seria possível uma redução em média de R$ 0,16 por litro.

Em menor intensidade, o diesel também está em média mais caro no Brasil, puxado pela Refinaria de Mataripe, na Bahia, única unidade privada do País. Nas refinarias da Petrobras o preço na média está estável, enquanto em Mataripe, a diferença em relação ao mercado internacional é de 3% para cima. Na média, o diesel registra defasagem positiva de 1%.

Na quarta-feira, 4, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que não há, no momento, perspectiva de redução do preço da gasolina e do diesel em razão da queda do petróleo no mercado internacional.

“Não vamos fazer nada com isso. Estamos confortáveis com o nível dos preços”, afirmou a jornalistas após um evento em Brasília.

Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

Gasolina sobe 6,9% e etanol encarece 12% nos últimos 12 meses, aponta levantamento

Todos os seis combustíveis disponíveis nos postos do país — gasolina comum, gasolina aditivada, etanol hidratado, GNV, diesel comum e diesel S-10 — sofreram um aumento expressivo ao longo dos últimos doze meses e ficaram, em média, mais caros em agosto. Segundo levantamento feito pela Veloe, hub de mobilidade e gestão de frota, em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a gasolina comum teve um acréscimo de 6,9%, enquanto a gasolina aditivada subiu 7,3%. Já o etanol hidratado teve um aumento de 12%, o maior de todos. O diesel comum registrou um acréscimo de 7,9%, o diesel S-10 de 6,5% e, por fim, o GNV foi o que sofreu o menor reajuste, com 2,4%.

O aumento no preço da gasolina comum impactou significativamente o orçamento das famílias brasileiras, conforme mostra a pesquisa. Para se ter uma ideia, encher um tanque de 55 litros comprometeu 6,3% da renda mensal familiar no segundo trimestre de 2024. Esse percentual reflete uma piora no poder de compra em comparação ao trimestre anterior (5,9%) e ao mesmo período de 2023 (6,2%). No âmbito das capitais, o indicador foi relativamente menor, registrando 4,2%, aponta o estudo.

Combustível Preço médio por litro em agosto de 2024 Preço em relação a julho de 2024
Gasolina comum R$ 6,204 + 0,7%
Gasolina aditivada R$ 6,335 + 0,9%
Etanol hidratado R$ 4,148 + 0,9%
GNV R$ 4,798 + 1,7%
Diesel comum R$ 6,064 + 0,1%
Diesel S-10 R$ 6,128 + 0,3%

Fonte: Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade

Regionalmente, as maiores variações de preço foram observadas nas regiões Norte e Nordeste, onde os preços médios da gasolina e do etanol foram os mais elevados. Em contraste, o Centro-Oeste e o Sudeste apresentaram os menores preços. O diesel S-10, por sua vez, manteve-se praticamente estável, com uma ligeira queda de 0,1% em relação ao mês anterior.

Gasolina x etanol

De acordo com o indicador, em agosto de 2024, o preço médio do etanol correspondeu a 70,8% do valor cobrado pela mesma quantidade de gasolina, na média dos estados. Comparativamente, na média das capitais, a relação apurada entre os preços foi bastante similar, correspondendo a 70,6%.

O patamar próximo de 70% praticamente elimina a vantagem de preço do etanol sobre a gasolina, tornando o abastecimento com ambos os combustíveis quase equivalente em termos de custo-benefício. No entanto, as variações recentes de preço têm oferecido um viés de preferência a favor da gasolina em ambos os recortes geográficos, embora os percentuais ainda estejam próximos da paridade (70%). De toda forma, as diferenças regionais nos preços ainda respaldam escolhas distintas por unidade federativa, como no caso do Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul, onde a gasolina é mais vantajosa; e no Mato Grosso, São Paulo e Goiás, onde a preferência ainda recai sobre o etanol hidratado.

Indicador de custo-benefício flex por estado em agosto de 2024

Unidade federativa Relação etanol-gasolina Melhor custo-benefício
Rio Grande do Norte 81,6% Gasolina
Ceará 81% Gasolina
Rio Grande do Sul 79,5% Gasolina
Alagoas 79% Gasolina
Pará 78,3% Gasolina
Maranhão 77,7% Gasolina
Pernambuco 77,3% Gasolina
Paraíba 75,6% Gasolina
Sergipe 75,3% Gasolina
Piauí 74,9% Indiferente
Santa Catarina 74,4% Indiferente
Rondônia 74% Indiferente
Roraima 73,9% Indiferente
Rio de Janeiro 73,6% Indiferente
Bahia 73,4% Indiferente
Espírito Santo 72,1% Indiferente
Tocantins 71,9% Indiferente
Amazonas 70,9% Indiferente
Minas Gerais 69,9% Etanol
Acre 69,1% Etanol
Distrito Federal 68,9% Etanol
Paraná 67,6% Etanol
Mato Grosso do Sul 67,1% Etanol
Goiás 66,6% Etanol
São Paulo 66,4% Etanol
Mato Grosso 63,4% Etanol

Fonte: Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade

O levantamento é realizado mensalmente com base em dados transacionais da Veloe, informações de coletas realizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), além de resultados do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPC-Fipe) para gasolina comum, etanol hidratado e GNV na capital paulista. A amostra representativa mensal conta com cerca de 30 mil postos em todo o país.

Autor/Veículo: InfoMoney

Projeto de combustíveis do futuro avança em comissão do Senado

A Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou, nesta terça-feira (3), a proposta que cria os programas nacionais de diesel verde, de combustível sustentável para aviação e de biometano. Conhecido como projeto de combustíveis do futuro, o texto também amplia a mistura de etanol à gasolina e de biodiesel ao diesel. O texto agora vai ao plenário, em regime de urgência.

A matéria foi votada e aprovada pela Câmara dos Deputados em março, atendendo a demandas do setor de petróleo e gás, que vinha reclamando da proposta, e com amplo apoio do agronegócio, que deve se beneficiar com o incentivo à produção do biodiesel.

O chamado diesel verde engloba o biodiesel do tipo ester, produzido a partir da reação química de um álcool com óleos vegetais oriundos da cana ou da soja, por exemplo.

O PL recebeu parecer favorável do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) com sete emendas, além da inclusão parcial de outras oito sugestões.

“Aqui, o propósito do Senado não era simplesmente de carimbar e dar como concluído esse projeto. Fizemos quatro audiências públicas para tratar do tema, então todos puderam falar. Penso que fizemos contribuições e qualificamos o projeto”, disse o relator.

Das alterações feitas pela comissão, está a proposta de incentivo ao uso de matérias-primas produzidas pela agricultura familiar na geração de biocombustíveis.

O novo percentual de mistura de etanol à gasolina será de 27%, com variação entre 22% e 35%. Atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, sendo, no mínimo, de 18% de etanol.

O texto prevê que o percentual de biodiesel no diesel poderá aumentar um ponto percentual até atingir 20% em março de 2030. Caberá ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) definir o percentual da mistura, que poderá ficar entre 13% e 25%.

Para assegurar a qualidade do óleo diesel, um regulamento definirá a metodologia para a adoção de um sistema de rastreamento dos combustíveis do ciclo diesel em todos os elos da cadeia produtiva.

Também de acordo com o texto aprovado, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) vai regular e fiscalizar os combustíveis sintéticos, e que podem substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.

Veneziano enfatizou que será responsabilidade do CNPE, que é subordinado ao Ministério de Minas e Energia, avaliar os custos e os benefícios relativos à elevação dos percentuais de adição de biocombustíveis tratados no projeto de lei.

A proposta também prevê definições sobre movimentação, captura e estocagem geológica de gás carbônico (CO2); pesquisa, a produção e a adição no querosene das aeronaves do chamado combustível sustentável de aviação, para impulsionar o uso do SAF (Combustível de Aviação Sustentável, traduzindo do inglês), para reduzir as emissões do setor aéreo; e cria o Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e de Incentivo ao Biometano.

Combustíveis fecham agosto em alta, com gasolina e diesel acima de R$ 6 por litro

O aumento do preço da gasolina pela Petrobras em julho continuou refletindo nos preços do combustível em agosto, segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), que mostrou alta de 1,45% no acumulado do mês passado contra julho, com preço médio de R$ 6,28 o litro. O etanol subiu 2,16% e o diesel S10, o mais usado, teve alta de 0,16%.

“Como reflexo do último reajuste declarado na venda pelas refinarias, ainda em julho, o preço da gasolina segue pesando mais no bolso dos motoristas em todo o País. Com a média acima de R$ 6,25, o combustível representa um valor importante dos gastos e está impactando diretamente o bolso dos brasileiros”, de acordo com avaliação do diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil, Douglas Pina.

O etanol, principal concorrente da gasolina, também subiu de preço no mês passado, com o litro custando em média R$ 4,25 nos postos brasileiros, após alta de 2,16% no acumulado do mês, ante o fechamento de julho.

Todas as regiões registraram alta nos dois combustíveis, com exceção da região Sul que teve estabilidade para o etanol. A região Norte liderou o ranking dos maiores preços e apresentou a alta mais expressiva, tanto para a gasolina quanto para o etanol. A gasolina ficou 2,11% mais cara no norte do País, vendida a R$ 6,76, enquanto o etanol foi comercializado a R$ 4,95, após aumento de 3,34%, na comparação com o mês anterior.

A média mais baixa da gasolina foi encontrada nos postos de abastecimento da região Sudeste, a R$ 6,16, mesmo com alta de 1,65%. E, o litro do etanol com o valor mais baixo foi identificado nas bombas do Centro-Oeste, a R$ 4,08.

A alta do diesel

O diesel comum manteve a tendência de alta registrada em julho e encerrou agosto com incremento de 0,99% na comparação com o mês anterior, alcançando a média nacional de R$ 6,10. Ainda que em porcentual menor, o tipo S10 do combustível também aumentou no período, em 0,16%, elevando o preço médio a R$ 6,18.

“É o segundo mês consecutivo em que o preço do diesel comum se mantém acima de R$ 6. Se compararmos com o valor registrado em junho, último mês em que a média esteve abaixo desse valor, a R$ 5,98, o incremento já alcança 2%”, disse Pina.

Na análise regional, o Sul se destacou com os menores preços para os dois tipos de diesel: R$ 5,92 o comum (apesar de um aumento de 0,17% no período) e R$ 5,97 o S-10 (após queda de 0,17%). Já o Norte foi a região com as maiores médias, sendo o diesel comum encontrado nos postos a R$ 6,70 e o S-10 R$ 6,59, mesmo após recuo de 0,15%. A maior alta no preço médio do diesel comum aconteceu no Sudeste, de 0,84%, enquanto no Norte foi registrado o maior aumento para o S-10, de 0,61%.

Na avaliação por Estado, o IPTL mostrou que os maiores preços médios para os dois tipos de diesel foram registrados no Amapá: R$ 7,39 o comum, após alta de 0,27%; e R$ 7,46 o S-10, como resultado de um incremento de 0,13%. Já o Paraná foi o Estado com as menores médias também para os dois combustíveis: R$ 5,90 o diesel comum, mesmo com uma alta de 0,34% observada no período; e R$ 5,94 o S-10, após queda de 0,34%.

O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Edenred Ticket Log.

Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

Projeto do governo flexibiliza política de conteúdo local em contratos de petróleo

O Projeto de Lei 3337/24, do Poder Executivo, permite a transferência do excedente do índice mínimo de conteúdo local entre contratos de exploração e produção de petróleo e de gás natural. A política de conteúdo local é um instrumento usado para ampliar a participação de equipamentos e serviços nacionais na cadeia produtiva de petróleo e gás. A proposta está em análise na Câmara dos Deputados.

Com o projeto, se um consórcio petrolífero superar o índice mínimo obrigatório de compra de produtos brasileiros, o excedente percentual poderá ser repassado, em valor monetário, a outra operação que esteja abaixo desse mínimo.

Por exemplo, se o índice de conteúdo nacional do contrato for 20%, mas o consórcio alcançou 30%, a diferença (10 pontos percentuais) poderá ser transferida.

Regras

Para dar execução à medida, o projeto prevê as seguintes regras:

  • a medida beneficia os contratos de concessão ou partilha de produção;
  • a transferência de excedentes será restrita a contratos com pelo menos uma empresa consorciada coincidente;
  • o repasse do excedente será solicitado à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pelas empresas;
  • a transferência poderá ser total ou parcial, a critério das empresas;
  • não será permitido o aproveitamento de excedentes para fases já encerradas.

O governo afirma que a proposta visa estimular as contratações nacionais em níveis superiores aos exigidos atualmente das empresas que operam no setor de exploração e produção de óleo e gás, visando alavancar a indústria brasileira.

A ANP já permitiu, no passado, a transferência de excedente de conteúdo local em rodadas de licitação de blocos exploratórios. A medida, no entanto, ficou restrita a fases subsequentes de um mesmo contrato (por exemplo, da fase de exploração para a de desenvolvimento da produção).

Próximos passos

O projeto está em análise em regime de urgência constitucional, o que permite sua votação diretamente no Plenário. Para se tornar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara do Deputados e pelo Senado Federal.

Petroleiras devem investir R$ 18 bi no Brasil em busca de petróleo até 2027, diz ANP

Petroleiras deverão investir R$ 18,31 bilhões no Brasil em atividades que buscam encontrar petróleo e gás até 2027, sendo mais de R$ 17 bilhões entre este e o próximo ano, apontaram estimativas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), publicadas nesta segunda-feira, 2.

Os montantes serão investidos na fase de exploração, que tem início com a assinatura dos contratos para exploração e produção de petróleo e gás natural, e foram calculados com base nos Planos de Trabalho Exploratórios (PTEs) relativos a 2024 apresentados à ANP pelas companhias.

Para 2024, são aguardados R$ 9,97 bilhões, enquanto em 2025 deverão ser empenhados R$ 7,64 bilhões. Os R$ 701 milhões restantes deverão ser aportados entre 2026 e 2027, previu a ANP.

Durante a fase de exploração, são realizados estudos para detectar a presença de petróleo e gás natural nas áreas sob contrato, em quantidade suficiente para tornar sua extração economicamente viável. Tendo sucesso nessa etapa, as empresas poderão passar para a fase seguinte de produção, quando iniciarão a produção e área contratada passará a ser chamada de campo.

Do montante total previsto para o período, 88% serão concentrados na perfuração de poços, enquanto os 12% restantes serão distribuídos entre teste de poço (8%), levantamento geofísico exclusivo (3%) e levantamento geofísico não exclusivo (1%).

Já dos volumes previstos para este ano, 9,50 bilhões de reais serão alocados em ambiente marítimo, dos quais 8,50 bilhões de reais na perfuração de poços. Para o ambiente terrestre, a previsão é de R$ 470 milhões até dezembro.

O ano de 2023 foi encerrado com 251 blocos sob contrato, sendo 13 sob o regime de partilha de produção e 238 sob o regime de concessão.

“Como maior parâmetro para a avaliação do desempenho do segmento de exploração de petróleo e gás natural, a perfuração de poços exploratórios tem apresentado desempenho aquém do desejado ao longo dos últimos anos”, disse a ANP em nota.

“O ano de 2023 ratificou a tendência de perfuração de, no máximo, um poço exploratório a cada dez blocos sob contrato, resultado verificado desde o ano de 2016.”

Em 2023, foram perfurados 22 poços na fase de exploração, um a menos do que em 2022.

(Reuters)

Por que os preços do petróleo têm se mantido baixos, mesmo com as turbulências no Oriente Médio?

Os preços do petróleo se recuperaram recentemente de um período de torpor porque uma disputa política na Líbia reduziu grande parte da produção do país do norte da África.

Na semana passada, os futuros do petróleo bruto Brent, uma referência internacional, estavam sendo vendidos por pouco mais de US$ 80 (R$ 448) por barril, um aumento de cerca de 5% em relação há 10 dias, antes de cair novamente abaixo dessa marca. No entanto, considerando o grau de turbulência política não apenas na Líbia, mas no Oriente Médio, o centro petrolífero do mundo, o mercado parece surpreendentemente calmo.

Os níveis atuais de preços podem ser descritos de diferentes maneiras – baixos, moderados -, mas certamente não são altos em comparação com as métricas históricas recentes. O preço médio anual ajustado pela inflação para o Brent datado, uma métrica intimamente relacionada aos futuros do petróleo, foi de US$ 94,91 (R$ 527) por barril de 2010 a 2023, disse Jim Burkhard, chefe de pesquisa de mercados de energia da S&P Global Commodity Insights.

“Não é um preço alto; não é um preço baixo”, disse ele.

Ainda assim, antes do fim de semana do Dia do Trabalho, os consumidores dos Estados Unidos estão desfrutando de uma pausa. A US$ 3,31 (R$ 18,56) o galão na segunda-feira, os preços da gasolina estavam, em média, 13% mais baixos do que nessa época do ano passado, segundo a Administração de Informações sobre Energia.

O suprimento de petróleo é abundante.

Segundo os analistas, o mundo está bem abastecido de petróleo. A demanda continua a crescer, mas a produção parece que manterá o ritmo.

O Brasil, o Canadá, a Guiana e os Estados Unidos estão aumentando sua produção de petróleo, contrariando os cortes do grupo de produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, que retiveram a produção em cerca de cinco milhões de barris por dia, ou cerca de 5% da demanda global.

Saber que todo esse petróleo pode chegar ao mercado ajuda a conter os preços. “É por isso que as preocupações geopolíticas realmente não têm muito impacto”, disse Burkhard.

O mercado até mesmo ignorou os contínuos ataques a navios no Mar Vermelho. “O mercado simplesmente se cansou de reagir a cada ataque”, disse Viktor Katona, analista da Kpler, uma empresa que rastreia o tráfego de navios petroleiros.

Mais petróleo pode estar chegando.

Em junho, a Arábia Saudita, líder de fato da OPEP, e alguns de seus aliados concordaram em começar a fornecer gradualmente o que poderia ser cerca de 2,5 milhões de barris por dia de petróleo de volta ao mercado, a partir de outubro.

A maior dúvida, segundo Burkhard, é se o grupo cumprirá a decisão, que será revisada regularmente pelos produtores.

Richard Bronze, chefe de geopolítica da Energy Aspects, uma empresa de pesquisa, disse que o grupo provavelmente começará a aumentar a produção neste outono.

Os sauditas estão tentando administrar uma situação complicada. Eles temem que qualquer aumento rápido nos suprimentos possa inundar os mercados, mas enfrentam pressão por aumentos de países membros como Emirados Árabes Unidos, Iraque e Cazaquistão. Essas nações concordaram em fazer bilhões de dólares em investimentos em campos de petróleo com parceiros estrangeiros – investimentos que serão difíceis de rentabilizar sem uma produção maior.

Os traders acompanharão atentamente suas decisões a cada mês.

A demanda por petróleo na China está diminuindo.

Espera-se que a demanda mundial aumente apenas em cerca de um milhão de barris por dia em 2024, menos da metade do aumento observado em 2023, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA).

O principal motivo: a China, que foi responsável por cerca de metade dos aumentos de consumo nas últimas duas décadas, não está mais avançando a passos largos – uma grande preocupação para o setor petrolífero.

A mudança da China para veículos elétricos em carros de passeio e caminhões pode levar a quedas na demanda por diesel neste ano e por gasolina em 2025, segundo a IEA. Se não houvesse veículos elétricos, a demanda global por petróleo seria cerca de 800 mil barris por dia maior, disse Burkhard.

Os analistas dizem não haver substituto para a China no horizonte.

A paralisação da Líbia elevou os preços do petróleo.

A disputa política na Líbia está retirando o petróleo do mercado. O fechamento dos campos de petróleo é resultado de uma luta pelo poder entre o que são efetivamente dois governos concorrentes: o reconhecido internacionalmente em Trípoli e outro no leste da Líbia, que controla a maioria dos campos de petróleo do país e ordenou o fechamento.

Bronze calcula que mais de 60% da capacidade da Líbia, ou seja, a produção de 750 mil barris por dia, foi fechada e que esse volume provavelmente aumentará.

Até o momento, a paralisação, que representa menos de 1% dos suprimentos globais, ajudou a elevar os preços em alguns dólares. A questão é por quanto tempo ela continuará.

A FGE, uma empresa de consultoria, disse em um relatório: “Esperamos que ambas as partes tenham um grande incentivo para resolver sua disputa rapidamente, dados os altos custos” da perda de receita do petróleo.

Bronze disse, no entanto, que a situação é imprevisível e que, se o impasse continuar, “o impacto será cada vez mais sentido no mercado físico e isso aparecerá nos preços do petróleo”.

Ele acrescentou que o imbróglio na Líbia, um membro da OPEP, pode tornar mais fácil para os sauditas darem sinal verde para os aumentos iniciais na produção.

(The New York Times)

Vendas de diesel no Brasil atingem em julho 2º maior volume da história, aponta ANP

As vendas de diesel B por distribuidoras no Brasil somaram 6,06 bilhões de litros em julho, alta de 5,9% ante o mesmo mês do ano passado, marcando o segundo maior volume mensal da série histórica, apontaram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Foi apenas a segunda vez que as vendas de diesel, combustível mais comercializado do Brasil, superaram 6 bilhões de litros em um mês. Em agosto do ano passado, as distribuidoras comercializaram 6,22 bilhões de litros, de acordo com dados da ANP.

O impulso, segundo a consultoria StoneX, vem com o volume de bens exportados pelo Brasil, que registrou crescimento de 16%, com destaque para o setor extrativista (+20%), ampliando assim o uso de caminhões para transportar esses produtos aos terminais exportadores.

“Esse cenário é observado desde o início do ano, conforme as vendas externas pelo Brasil em volume no acumulado de 2024 cresceram 8% em relação ao acumulado de 2023, elevando a demanda pelo diesel B, que no mesmo período mostrou avanço de 4,5%”, , disse em nota o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Bruno Cordeiro.

Em meio à forte demanda por diesel B (já com mistura de biodiesel) e ao avanço da mistura do biocombustível iniciada em março, o consumo do combustível renovável feito em sua maioria a partir de óleo de soja seguiu fortalecido no Brasil em julho, totalizando 769 milhões de litros, destacou a StoneX, alta de 12,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

GASOLINA X ETANOL HIDRATADO

As vendas de gasolina em julho atingiram 3,7 bilhões de litros, queda de 1,4% ante o mesmo mês do ano passado

Apesar de ainda seguir abaixo no comparativo com os resultados de 2023, tratou-se de uma recuperação frente o volume dos últimos meses, sendo quase 6,3% acima do nível de junho, observou a analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Isabela Garcia.

“Em geral, o mês de julho costuma registrar um aumento sazonal da demanda por combustíveis leves, o que impacta positivamente as vendas de gasolina C”, afirmou a especialista.

“Entretanto, parte do maior consumo no mês pode estar associado a uma recuperação dos níveis da paridade de preços em algumas regiões devido a menor competitividade do hidratado nas bombas –apesar do reajuste dos preços de revenda da Petrobras no período”, disse ela.

Já o etanol hidratado, concorrente direto da gasolina nas bombas, somou 1,72 bilhões de litros em julho, alta de 47,9% na comparação com o mesmo mês de 2023.

No acumulado do ano, as vendas de etanol hidratado por distribuidoras tiveram alta de 50,1% frente ao mesmo período do ano passado.

(Reuters)