Previsão de Selic no fim de 2024 segue em 9,00% ao ano, aponta Focus

Nas vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o mercado manteve em 9,00% ao ano a mediana do Relatório de Mercado Focus para Selic no encerramento de 2024. Há um mês, a estimativa já era de 9,00%. Considerando apenas as 83 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 também seguiu em 9,00% ao ano.

Em dezembro do ano passado, o Copom cortou a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11,75% ao ano. O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões – no plural. Na coletiva do último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, enfatizou que essa mensagem vale para dois encontros: de janeiro e março de 2024.

No encontro do mês passado, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, igual a um mês antes. Para 2026, a projeção seguiu em 8,50% pela 26ª semana consecutiva. Para 2027, a estimativa também seguiu em 8,50%, onde se mantém por 25 semanas.

FONTE: O DIA

Focus mantém projeção de crescimento do PIB de 2024 em 1,60%

O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta terça-feira, 30, pelo Banco Central manteve a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. A mediana para a alta da atividade deste ano seguiu em 1,60%, ante 1,52% de um mês atrás. Considerando apenas as 59 respostas nos últimos cinco dias úteis, entretanto, a estimativa para o PIB no fim de 2024 variou de 1,56% para 1,65%.

Para 2025, o documento trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB em 2,00%, como já estava um mês atrás. Considerando as 46 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2025 também seguiu em 2,00%.

Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,00% pela 25ª semana consecutiva. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 27 semanas.

A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,7% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.

FONTE: O DIA

Problema sanado no Brasil faz franceses desistirem do etanol como combustível

Nos últimos anos, o E85 (etanol misturado com 15% de gasolina) surgiu como uma das melhores alternativas ao aumento dos preços dos combustíveis mais tradicionais, como o diesel ou a gasolina com maior octanagem na França. Dependendo da compatibilidade do seu veículo, bastava ir a uma oficina que instalasse um kit de conversão no seu motor para que ele pudesse aceitar o novo combustível.

Essa solução abriu as portas para a economia, graças à diferença de preço em relação a outros combustíveis quando você ia à bomba. Em uma distância de 13.000 km, os motoristas poderiam economizar até 530 euros (R$ 2,8 mil). Em 2023, os preços do diesel e da gasolina estavam se aproximando de 2 euros por litro, enquanto o E85 ainda estava abaixo da marca simbólica de 1 euro.

No entanto, após um ano recorde em 2022 (quando cerca de 85.000 kits de conversão foram vendidos), parece que o apelo do etanol combustível teria caído drasticamente em 2023. De acordo com a revista Enquêtes d’Actu, as vendas desses kits 3 menores que em 2022, como confirmou Aubin Desoteux-Gilson, especialista em combustível da SNPAA (sindicato francês dos produtores de álcool agrícola):”Sem ter os dados consolidados, sentimos uma queda no início de 2023.

Então, por que essa queda quando o preço dos chamados combustíveis “tradicionais” ainda é alto? Depois de uma verdadeira moda em 2022, que dificultou até mesmo a marcação de um horário em uma oficina para instalar um kit de conversão para E85 nos carros, parece que muitos motoristas encontraram problemas com o uso diário desse combustível.

Uma grande parte dos motoristas encontra problemas com a ignição de seus veículos. Devido às suas características físicas e químicas, o E85 pode ter dificuldade para dar partida no motor quando frio: o combustível não vaporiza o suficiente em temperaturas baixas para criar uma mistura capaz de se inflamar com a faísca da vela de ignição.

Hoje, o Motor1.com França está relatando motoristas retornando às suas oficinas para remover a adaptação que os fez compatíveis com o E85. Então ficou a pergunta: é apenas uma fase ruim ou os motoristas estão realmente perdendo o interesse no combustível vegetal?

Vale lembrar que os problemas de partida a frio com etanol são combatidos desde o começo de seu uso em larga escala no Brasil, ainda na década de 1970. Na época, usava-se injetores de gasolina manuais para ajudar na partida, que depois foram substituídos por injetores automáticos nos anos 2000. Nos últimos 15 anos por aqui, o uso de pré-aquecimento do etanol tem resolvido a questão dos carros flex usando o combustível vegetal. Os carros franceses, porém, são adaptados e não possuem tais soluções e a mistura de 15% de gasolina para formar o E85 parece não sanar a questão por lá.

Autor/Veículo: Motor1

Petróleo fecha em alta, com queda de estoques nos EUA e estímulos na China

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira, 24, após queda dos estoques de petróleo nos EUA e anúncio de medidas de estímulo pelo banco central da China para combater a espiral negativa da economia, o que deu respaldo para perspectivas de melhora da demanda pela commodity.

Os estoques da commodity despencaram mais de 9 milhões de barris na semana passada nos Estados Unidos, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês).

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para março fechou em alta de 0,96% (ou US$ 0,72), a US$ 75,09 por barril. Já o Brent para abril negociado na Intercontinental Exchange (ICE) avançou 0,66% (ou US$ 0,52), a US$ 79,63 por barril.

Na virada do dia, o banco central da China anunciou a redução da quantidade de dinheiro que os bancos devem manter como reservas. O corte do compulsório bancário entra em vigor a partir de 5 de fevereiro, em uma medida que deverá reforçar uma frágil recuperação econômica.

Os ganhos da commodity foram intensificados após o DoE informar que as empresas de energia retiraram 9,2 milhões de barris de petróleo dos estoques, muito acima do esperado durante a semana encerrada em 19 de janeiro.

Analistas consultados pela FactSet esperavam queda dos estoques de 1,4 milhão de barris. Os estoques de gasolina subiram 4,912 milhões de barris, enquanto a projeção era de um aumento mais moderado, de 1,5 milhão barris.

Em relatório publicado nesta quarta-feira, a Fitch reiterou que vê pouco espaço para uma alta adicional em relação a sua projeção para o preço do Brent que é de US$ 80 por barril para 2024. Para a agência de análise de risco de crédito, o aumento do risco geopolítico, incluindo as recentes tensões no transporte marítimo no Mar Vermelho, manterá um prêmio geopolítico aos preços do petróleo.

No entanto, a agência de avaliação de risco de crédito reitera que vê pouco espaço para uma alta adicional em relação à sua projeção caso não ocorram perturbações significativas na produção real de petróleo ou uma escalada mais ampla de ataques a rotas mais relevantes no transporte de petróleo na região.

(Estadão Conteúdo)

Petróleo fecha em alta, com Brent de volta aos US$ 80, apoiado por tensões geopolíticas

O petróleo fechou em alta na sessão desta segunda-feira, 22, com o barril do Brent voltando a ultrapassar US$ 80 depois de dez dias. O preço da commodity é apoiado por conflitos geopolíticos no Oriente Médio e na Rússia, diante dos riscos de perturbação da oferta global.

O WTI para março subiu 2,06% (US$ 1,51), a US$ 74,76 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O Brent para o mesmo mês subiu 1,90% (US$ 1,50), a US$ 80,06 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Nesta segunda-feira, o chefe das operações militares dos EUA no Oriente Médio, o vice-almirante Brad Cooper afirmou que o Irã – um grande produtor de petróleo – tinha envolvimento direto nos ataques a navios que os Houthis têm realizado no Mar Vermelho. A escalada dessas tensões vem contribuindo para os temores de que o transporte e a produção de petróleo na região possam ser afetados.

Outro ponto de alerta foi o ataque de drones atribuído à Ucrânia a um terminal de gás da Novatek na Rússia nesse fim de semana, que forçou o Kremlin a suspender algumas operações na instalação.

Head de Petróleo, Gás e Renováveis da StoneX, Smyllei Curcio, pondera, entretanto, que sinais de desaceleração da China, importante motor de demanda, limitam o impulso de alta.

Ele lembrou que o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) manteve juros inalterados na decisão do domingo, quando “o mercado esperava corte”. “Os dados chineses estão deixando o mercado cauteloso”, apontou Curcio.Ainda assim, ele considera que a maior parte dos fundamentos é altista. “Ou seja, é preciso pensar em estratégias de participação de alta e proteção de alta”, recomendou.

(Estadão Conteúdo)

Futuro do diesel e da gasolina está nas regiões do agronegócio, diz presidente da Vibra

O crescimento da Vibra, maior distribuidora de combustíveis do País, passa pelo agronegócio. A afirmação é do presidente da companhia, Ernesto Pousada, em entrevista ao Estadão/Broadcast. A Vibra planeja expandir a venda de lubrificantes e combustíveis líquidos, sobretudo o diesel, nas regiões dominadas pelo agro. Por trás da estratégia está a tese de que a eletromobilidade vai avançar no Sul e Sudeste no médio e longo prazos, empurrando o consumo de combustível para um Centro-Oeste e Norte animados pelo agronegócio – para abastecer tanto os caminhões que fazem a logística da safra quanto as máquinas usadas na lavoura, como tratores e colheitadeiras.

“Queremos acompanhar esse movimento”, diz. O executivo comenta também os planos para crescer em lubrificantes com aumento da capacidade de produção da fábrica de Duque de Caxias (RJ) e a ambição de expandir o negócio de conveniência pela maior parte da rede de 8,3 mil postos da Vibra.

A Vibra teve um 2023 de aumento das margens de distribuição e bons resultados financeiros. Quais são os planos para o futuro?

Vejo potencial de crescimento bastante grande no negócio da Vibra como um todo. Para os próximos cinco anos, lubrificantes são uma oportunidade fantástica, e acho que temos uma agenda muito legal junto ao agronegócio. Existe, também, uma tremenda oportunidade com a BR Mania (conveniência).

Que agenda é essa para o agronegócio?

O agronegócio é um foco da companhia e faz parte, inclusive, do crescimento do negócio de lubrificantes. Lançamos um produto específico para o agro em setembro, o Lubrax Unitractor, um lubrificante para tratores e equipamentos agrícolas pesados. Então há um esforço adicional para expandir nessa direção. Mas também queremos crescer em combustíveis líquidos junto ao agronegócio. Em suas regiões, vamos estar mais próximos nos lubrificantes, na venda de diesel B2B e nos postos de revenda. Entendemos que vai haver uma migração importante no consumo de combustíveis na direção do agronegócio, em especial rumo ao Centro-Oeste do Brasil. Então vamos fazer investimentos nos próximos anos em infraestrutura, para atender melhor esse setor com mais tanques e bases.

Como assim uma migração do consumo de combustíveis?

A descarbonização via eletrificação vai vir mais das regiões Sul e Sudeste. Com isso, a gente vai ver cada vez mais, nos próximos 10 ou 15 anos, o consumo de combustíveis líquidos (diesel, gasolina e etanol) caminhando em direção ao Centro-Oeste e Norte do País, além de algumas regiões do Nordeste. Queremos acompanhar esse movimento.

Com relação a lubrificantes, o que podemos esperar?

Temos uma oportunidade clara em lubrificantes. Queremos avançar mais nesse negócio com a marca Lubrax, e estamos investindo R$ 100 milhões para ter a maior fábrica de lubrificantes da América Latina, com capacidade para produzir 500 milhões de litros do produto por ano. Isso quase dobra a capacidade atual (300 milhões de litros por ano). A ideia é que a fábrica (localizada em Duque de Caxias, RJ) fique pronta em outubro.

A ambição é aumentar o market share em lubrificantes?

Queremos assumir a liderança no mercado de lubrificantes do Brasil. Hoje temos cerca de 18% desse mercado. Entendemos que a marca Lubrax é super potente, mas está subaproveitada. E aí existem oportunidades, como na revenda, em postos mesmo. Vamos crescer com mais lojas Lubrax+, que hoje somam 1,8 mil em uma rede de 8,3 mil postos. Queremos aumentar esse número, mas nem de longe vamos chegar a todos os postos, porque isso tem limite. Nem todos (os postos) têm vocação para ter uma Lubrax+, alguns são pequenos ou estão em região que não tem tanta demanda. Fora isso, também tem o que chamamos de revenda geral, como as oficinas, quase 35 mil pequenos negócios que atendemos, e o B2B, para os clientes industriais. São esses os três grandes blocos (do negócio de lubrificantes). E vou aproveitar a estrutura que já tenho. O mesmo vendedor que está indo vender diesel vai vender lubrificante. Hoje é uma oportunidade que se apresenta para a companhia e, por isso, estamos aumentando a capacidade produtiva e colocando time na rua.

Quais são os planos para conveniência?

Hoje temos 1,7 mil lojas BR Mania. Também não vou conseguir colocá-las nos 8,3 mil postos, mas entendemos que tem uma oportunidade para aumentar significativamente esse número. Há só quatro anos que a companhia foi privatizada. Antes, o foco era outro, era vender gasolina e diesel. Estamos trazendo novas habilidades para virar uma empresa de varejo. Estive nos Estados Unidos para fazer um benchmark e, lá, o que muitas empresas têm é a loja de conveniência. O posto é só uma consequência. Elas ganham dinheiro é com conveniência. Eu não imagino que vai ser assim no Brasil, não chegaria a tanto. Mas dá para trazer muito mais resultado das nossas lojas de conveniência.

Para isso havia uma joint venture específica…

A parceria com a Americanas se encerrou definitivamente em 30 de novembro. Era uma empresa chamada Vem Conveniência, que troxemos intacta para dentro de casa. Eles (a Vem) desenvolveram um conhecimento importante de operação de loja própria de varejo, o que nos dá uma vantagem competitiva interessante. Quando nos separamos, a Americanas não teve interesse na Vem. As lojas “Local” voltaram para Americanas, mas o time da Vem ficou conosco. Eles ocupam o segundo andar do prédio (da Vibra).

A Petrobras anunciou recentemente que não pretende renovar o contrato de uso da marca com a Vibra. Qual é o impacto disso?

Não muda em nada o nosso negócio agora. É, aliás, a confirmação do nosso contrato com a Petrobras, válido até 2029 nos termos atuais. Os 8,3 mil postos vão continuar sendo nossos, e temos cinco anos pela frente. Depois disso, o ‘debranding’ (encerramento do uso do nome) ainda vai até 2035. Isso significa que, a partir de 2029, teremos de começar uma transição de até seis anos para mudar a marca dos postos. Seria um processo natural, tranquilo, combinado com eles (Petrobras) e com a revenda, como prevê o contrato.

A Eneva chegou a oferecer uma sociedade de iguais com a Vibra, que recusou, mas deixou a porta aberta para nova proposta. Uma fusão ainda é possível?

Sobre isso, não há muito mais o que falar para além do fato relevante. Declinamos da proposta deles. Estamos abertos a ouvir, mas não temos interesse no momento. Meu acordo com o Conselho é promover o crescimento orgânico. Temos muito para executar. A Vibra tem a possibilidade de se valorizar muito mais. Então, qualquer coisa inorgânica acaba fazendo pouco sentido, vamos dizer que (a Vibra) vale muito mais. Temos quatro anos (de existência) só. Meus predecessores fizeram um super trabalho de reduzir custos e aumentar margens, além de abrir essa frente de transição energética. Agora é hora de consolidar e trazer mais geração de caixa.

Gestões anteriores bateram muito na tecla na transição via eletromobilidade. Como está isso?

Quando entrei na Vibra (fevereiro de 2022), encontrei uma companhia muito voltada para o futuro da eletromobilidade. E quero deixar claro que acredito nesse futuro. Mas o nosso presente é fazer crescer o core business (distribuição de combustíveis). Temos uma oportunidade muito grande para fazer isso, o que não está valorizado no preço atual da nossa ação. O mercado ainda não vê todas as possibilidades de crescimento que nós temos. Inclusive algo que vai acontecer nos próximos anos, que é o fim de uma série de ilegalidades, como adulteração de produto e sonegação fiscal. Isso vai mudar nesse País, eu não tenho dúvidas. Faz parte do amadurecimento da indústria e é mais uma oportunidade de se alcançar mais volume.

Transição energética foi uma marca muito forte da gestão Wilson Ferreira Jr. na Vibra…

O Wilson trouxe isso e acho que foi uma herança bendita. Eu gosto desse business também. Só que foi preciso redistribuir pesos. Além da gestão focada em acompanhamento de resultados, pessoas e aproximação com o cliente, estarmos mais centrados no core business foi um dos fatores que nos levou ao bom resultado do ano passado. É uma questão de o mercado ver que a coisa está mudando, que vamos colocar a companhia em outro patamar.

Qual é o foco dos negócios relacionados à transição energética?

A geração e comercialização de energia renovável é a nossa maior aposta na transição. Temos aí um ativo super legal, que é a Comerc (empresa de soluções de energia), e queremos que o negócio de energia renovável se torne cada vez mais relevante dentro da Vibra nos próximos anos. Há outros acionistas (na Comerc) e o contrato prevê a possibilidade de um call e put (compra e venda de ações ao preço de um determinado momento), entre 2026 e 2028. Então, essa empresa pode vir a ser 100% Vibra. É uma empresa na qual acreditamos muito, que está com mais de 85% dos seus projetos implementados, gerando energia tanto de forma distribuída quanto centralizada, um super vetor de crescimento. A gente acredita e quer crescer em energia renovável, seja organicamente ou inorganicamente. Não estamos olhando nada nesse momento, mas, se fizer sentido, pode haver uma aquisição sim. Mas há uma série de outras iniciativas, como as participações na Zeg Biogás, em eletromobilidade (EZVolt) e na trading de etanol Evolua. A Comerc é a avenida mais certa de crescimento. Nas outras, a gente vai colocando os pés para ver qual será a rota (de transição) vencedora e poder acelerar.

Autor/Veículo: O Estado de São Paulo

Gasolina e etanol começam o ano com queda de preço

O preço médio da gasolina e do etanol caíram na primeira quinzena deste ano, de acordo com o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL).

O levantamento nos postos de combustível mostrou que o preço médio do litro da gasolina é de R$ 5,77, queda de 0,35% em relação a dezembro. No etanol, o preço é de R$ 3,61, um recuo de 2,43%.

Entre as regiões brasileiras, todas registraram redução no litro da gasolina.

Apesar de o Norte liderar com o preço mais elevado (média de R$ 6,20 o litro), a região registrou a maior queda (1,27%). A gasolina mais cara de todo o território nacional foi identificada nos postos do Acre, a R$ 6,63 o litro. Os preços mais baixos continuam nos postos do Sudeste, cuja média é de R$ 5,67.

No caso do etanol, o Centro-Oeste fechou com a média mais baixa —R$ 3,46 por litro e queda 1,14%.

A maior redução (2%) foi registrada no Sul, onde o litro do etanol fechou a R$ 3,89. Entre os estados, Alagoas registrou a maior queda (4,1%), vendido à média de R$ 4,20. Nos postos de Mato Grosso, o combustível foi encontrado pelo menor preço médio do país, a R$ 3,33.

IGP-M avança 0,33% na segunda prévia de janeiro, mostra FGV

A segunda prévia de janeiro do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) mostrou alta de 0,33%, variação inferior ao 0,78% apurado no segundo decêndio de dezembro. Com isso, o IGP-M acumula queda de 3,07% em 12 meses – nos 12 meses encerrados em dezembro, o índice registrou deflação de 3,14%.

André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e responsável pelo cálculo do índice, ressalta que o IGP-M teve altas expressivas em 2021 e 2022 devido, primeiramente, aos gargalos das cadeias globais durante da pandemia de covid-19 e, posteriormente, por causa de efeitos como a crise hídrica e guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. “Houve uma sucessão de acontecimentos que influenciaram os preços das commodities, a maioria para cima”, ressalta.

O ano passado, diz Braz, foi de “devolução expressiva” dos exageros desses dois anos de elevação. “Isso fez o IGP-M ficar negativo, o que se sustenta até hoje.”

Para o economista, com os preços agora mais estáveis, o índice volta a ter resultados positivos, reduzindo o acumulado com sinal negativo.

Na segunda prévia de janeiro, entre os componentes do IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), responsável por 60% do indicador, subiu 0,30% na segunda prévia de janeiro, contra 1,07% na segunda medição do mês passado.

O resultado do IPA mostra a influência do que Braz chamou de “principal risco” para o IGP-M no horizonte: o El Niño. “A expectativa de ter uma safra ruim já influencia o índice”, diz.

Como resultado, dentro do IPA, os Bens Finais passaram de 0,68% na segunda prévia de dezembro para 1,02% na segunda medição de janeiro. A maior contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos em natura, cuja taxa passou de 3,72% para 6,66%.

Os Bens Intermediários caíram 1,42% no segundo decêndio de janeiro, contra queda de 0,56% no segundo decêndio de dezembro. O destaque coube ao subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -1,68% para -6,01%.

As Matérias-Primas Brutas passaram de 3,36% no segundo decêndio de dezembro para 1,51% em igual período de janeiro. Contribuíram para o movimento do grupo os seguintes itens: soja em grão (1,98% para -2,92%), minério de ferro (7,24% para 5,75%) e cana-de-açúcar (0,36% para -1,93%). Em sentido oposto, destacam-se os itens: algodão em caroço (-1,60% para 2,70%), café em grão (4,49% para 5,49%) e arroz em casca (6,98% para 7,92%).

Esse efeito também foi sentido no Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Com peso de 30% no IGP-M, o IPC variou 0,43% no segundo decêndio de janeiro, contra alta de 0,07% na segunda prévia de dezembro. Seis das oito classes de despesa do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Alimentação, cuja taxa de variação passou de 0,25% para 1,35%. Nesta classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item hortaliças e legumes, cuja taxa passou de 0,10% para 10,33%.

Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Educação, Leitura e Recreação (0,63% para 1,24%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,33% para 0,07%), Vestuário (-0,35% para 0,62%), Comunicação (-0,35% para -0,07%) e Despesas Diversas (0,10% para 0,11%).

Nessas classes de despesa, vale mencionar cursos formais (0,00% para 2,67%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-2,33% para -0,96%), roupas (-0,48% para 0,76%), tarifa de telefone residencial (-2,12% para -0,67%) e alimentos para animais domésticos (-0,78% para 0,13%).

Em contrapartida, os grupos Habitação (0,26% para 0,13%) e Transportes (-0,15% para -0,21%) registraram decréscimo em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas por aluguel residencial (0,60% para -0,60%) e tarifa de táxi (5,24% para -0,93%).

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), responsável por 10% do IGP-M, variou 0,31% no segundo decêndio de janeiro. No mês anterior, o índice foi de 0,10%.

Autor/Veículo: Valor Econômico

Petróleo deve ter exportação recorde em 2024 e rivalizar com a soja pelo topo da balança comercial

O Brasil pode colher um valor recorde com a exportação de petróleo bruto neste ano. Em um cenário de produção crescente, a expectativa é a de que o produto seguirá ainda mais relevante na balança comercial brasileira nos próximos anos, o que deve contribuir ― e muito ― para os números do setor externo do País.

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) projeta que, em 2024, as vendas do petróleo podem somar US$ 43,575 bilhões. Até então, o melhor desempenho obtido com a exportação de petróleo foi observado em 2022, quando o País vendeu US$ 42,553 bilhões. Em 2023, o resultado foi muito parecido: US$ 42,539 bilhões.

“A exportação de petróleo está crescendo em termos de quantidade. Há um aumento todo ano”, afirma José Augusto de Castro, presidente executivo da AEB. Nas projeções da associação, a exportação do produto atingirá 83 milhões de toneladas, acima das 81 milhões de toneladas apuradas em 2023.

As previsões da AEB foram feitas no fim do ano passado e, claro, podem ser alteradas ao longo de 2024. O preço do petróleo pode ser impactado, por exemplo, por alguma questão geopolítica que hoje nem sequer está no radar dos analistas e pelo desempenho da economia global.

O preço do barril de petróleo tipo Brent chegou a ser cotado por volta de US$ 95 logo após o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, no início de outubro. Mas recuou desde então: na sexta-feira, 19, o barril fechou cotado a US$ 78,73.

Nos últimos anos, a exportação de petróleo assumiu um papel relevante na balança comercial, rivalizando com a soja e o minério de ferro, dois dos principais itens da pauta brasileira. A expectativa é que esse protagonismo do petróleo se consolide nos próximos anos, diante da perspectiva de forte aumento da produção até 2030, quando a extração do pré-sal deve começar a perder força.

“Daqui até lá, o Brasil terá uma curva ascendente de produção de petróleo, o que significa que o petróleo vai ser sempre o item mais importante ou o segundo mais importante da balança comercial”, afirma Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Os especialistas explicam que, como o Brasil tem uma produção em alta e uma capacidade de refino limitada, o excedente produzido acaba sendo exportado. “Nos últimos anos, falamos de uma taxa de 50% do que é produzido que acaba sendo escoado para o exterior”, diz Jankiel Santos, economista do banco Santander.

O desempenho da exportação de petróleo deve ajudar a mitigar a queda que pode ser observada com a venda de soja para o exterior, destaca o economista do Santander. A projeção do banco é de um saldo comercial de US$ 85 bilhões este ano, ainda alto para o padrão histórico do País, mas abaixo dos quase US$ 100 bilhões apurados em 2023.

“A exportação de petróleo vai contribuir para que tenhamos um montante de exportações importante. É um dos fatores que devem dar sustentação para um saldo comercial na casa dos US$ 85 bilhões”, afirma Santos. “No caso do petróleo, devemos observar um cenário de estabilidade ou de leve crescimento em 2024.”

Aumento de produção

Hoje, o Brasil produz cerca de 3,5 milhões de barris de petróleo por dia. Até o fim da década, esse número deve estar no patamar de 5 milhões de barris por dia. “Nos próximos anos, o Brasil tende a ser um dos cinco, seis maiores produtores de petróleo do mundo”, afirma Pires.

Em 2022, no último dado disponível consolidado, o Brasil estava na nona colocação entre os principais produtores, com pouco mais de 3,1 milhões.

No ano passado, a economia brasileira ganhou um reforço importante na sua capacidade de produção. Quatro plataformas entraram em operação. Em 2024, mais uma deve começar a funcionar, de acordo com um acompanhamento da consultoria Tendências. Juntas, têm capacidade para 660 mil barris por dia.

“Neste ano deve haver um aumento de produção em cima de um crescimento bastante forte no ano passado, que foi de 10%. A demanda doméstica não vai aumentar muito mais e você tem um excedente que vai ser exportado”, diz Walter De Vitto, analista da Tendências.

Em 2025, a expectativa é a de que mais cinco plataformas entrem em operação, aumentando a capacidade de produção em mais 905 mil barris por dia.

“Tem uma certa limitação no refino e um cenário econômico (interno) nada muito brilhante. Esses dois fatores tendem a gerar um excedente e uma balança mais superavitária”, afirma De Vitto.

Debate ambiental

A escalada de produção de petróleo prevista para durar até 2030 abriu uma discussão sobre o que vem depois, num momento em que o mundo discute a transição energética, para fontes mais limpas de energia.

Nesse debate, que divide até integrantes do governo Lula, a principal aposta é de que o novo foco de exploração se dê na Margem Equatorial, que fica entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, e é formada por cinco bacias — Foz do Amazonas, Potiguar, Pará-Maranhão, Barreirinhas e Ceará.

“No passado, a principal bacia produtora era Campos e, agora, é Santos. A próxima fronteira deveria ser a Margem Equatorial para o País não perder protagonismo”, afirma Pires.

Em dezembro, a Petrobras informou que iniciou a perfuração do poço de Pitu Oeste, no Rio Grande do Norte. O grande debate no governo é sobre a perfuração da Bacia da Foz do Amazonas. Ela segue vetada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a estatal recorre para reverter a decisão.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tem sido um dos grandes defensores da exploração de novas fronteiras, incluindo a Margem Equatorial. Como um contraponto ao governo, em entrevista ao Financial Times, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que deveria haver limites à exploração de petróleo. “É um debate que não é fácil, mas que os países produtores de petróleo terão de enfrentar”, disse.

“O País tem reservas importantes e estamos num processo de implementação de novas plantas para fazer a extração. Por mais que se fale na transição energética, é um processo a longo prazo”, afirma o economista do Santander. “Não resta dúvida de que vamos nessa direção (da transição energética), mas, por ora, não vejo a perda do protagonismo do petróleo nos próximos dez anos.”

investimentos em exploração de petróleo e gás podem chegar a US$ 1,96 bi em 2024, diz ANP

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou na sexta-feira, 19, que atualizou seus dados sobre investimentos na fase de exploração nos campos de petróleo e gás natural do País em 2024, podendo chegar a US$ 1,96 bilhão.

Do total previsto para a exploração, cerca de 95% estão concentrados nas bacias marítimas. Para as da Margem Equatorial (bacias marítimas da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar), que inclui áreas que são alvo de questionamento de órgãos ambientais, a previsão é de cerca de US$ 1,09 bilhão.

Para as bacias da Margem Leste (bacias marítimas de Pernambuco-Paraíba, Sergipe-Alagoas, Jacuípe, Camamu-Almada, Jequitinhonha, Cumuruxatiba, Mucuri, Espírito Santo, Campos, Santos, Pelotas), o total pode chegar a US$ 772 milhões.

Já as bacias terrestres contam com um montante de investimentos previstos para 2024 de US$ 100 milhões, distribuídos entre as bacias de nova fronteira (Amazonas, Paraná, Parnaíba, São Francisco, Solimões e Tucano Sul), com US$ 61 milhões de investimentos previstos, e as maduras (bacias terrestres Potiguar, Sergipe, Alagoas, Recôncavo e Espírito Santo), com um montante de US$ 39 milhões.

A agência ressaltou que as informações, que constam no Painel Dinâmico de Previsão dos Investimentos na Fase de Exploração, estão sujeitas a atualizações pelas empresas detentoras de contratos de E&P (Exploração e Produção), e a estimativa refere-se somente à etapa inicial dos contratos de E&P, ou seja, não inclui a segunda etapa, a de Desenvolvimento e Produção.

A perfuração de poços é a atividade que mais impactará os investimentos previstos para o ano de 2024, com US$ 1,71 bilhão projetados para a perfuração de 39 poços exploratórios. Isso representa 87% dos investimentos estimados para este ano.

Autor/Veículo: O Estado de São Paulo