O preço dos combustíveis no Brasil segue acima da paridade internacional, com a defasagem do diesel ainda maior que a da gasolina, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) divulgados nesta segunda-feira (19).
A Petrobras (PETR3;PETR4) não altera o preço da gasolina nas refinarias há 18 dias e do diesel, há 39 dias, por isso a defasagem chega a respectivamente 6% e 10% com o petróleo em queda no exterior (mesmo com a alta recente do dólar).
Após a publicação da reportagem, a Petrobras anunciou a redução do preço médio do diesel A em R$ 0,30 para as distribuidoras, de R$ 5,19 para R$ 4,89 por litro, a partir de terça-feira (20).
Segundo a Abicom, o preço do diesel deveria cair R$ 0,47 no país para atingir a paridade internacional e o da gasolina, mais R$ 0,17:
- Diesel (média nacional): +10%, ou R$ 0,47 (era +11% na sexta, ou R$ 0,50)
- Gasolina (média nacional): +6%, ou R$ 0,17 (era +5% na sexta, ou R$ 0,17)
Contexto mundial
A queda no preço do petróleo no mercado internacional (e de seus derivados, como o diesel e a gasolina) nos últimos meses vem sendo puxada pelo medo de recessão, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, devido às altas nas taxas de juros no mundo inteiro e preocupações com a economia chinesa.
Esses fatores têm trazido grande volatilidade ao mercado, mas desde o começo de agosto o preço do petróleo se mantém abaixo dos US$ 100 por barril. Em março, durante o auge dos reflexos da invasão da Rússia à Ucrânia, o petróleo chegou a atingir US$ 128.
Por coincidência, as quedas no preço da commodity começaram logo após a entrada de Caio Paes de Andrade na presidência da Petrobras. Antes dele, três presidentes foram demitidos por terem aumentado o preço dos combustíveis devido às altas no mercado internacional.
Mas, segundo especialistas, o problema de a Petrobras reduzir o preço dos combustíveis agora é ter que aumentar mais à frente, se o mercado virar novamente, a poucas semanas das eleições.
(Com Estadão Conteúdo)
FONTE: INFOMONEY