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IPCA: Brasil registra deflação de 0,36% em agosto, influenciada pelos combustíveis

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, teve queda de 0,36% em agosto, segundo divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (9). Trata-se do menor índice para um mês de agosto desde 1998, ou seja, em 24 anos. Com isso, o país registrou deflação pelo segundo mês seguido. Novamente, a queda foi influenciada principalmente pela retração nos preços dos combustíveis.

A queda foi menos intensa do que a registrada em julho (-0,68%), quando a taxa foi a menor desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 1980. Desde o plano Real, o Brasil registrou deflação 16 vezes.

Já nos últimos 12 meses, a alta é de 8,73%, a menor desde junho de 2021 (8,35%) – com isso, o indicador voltou a ficar abaixo dos dois dígitos pela primeira vez em um ano. Nos 12 meses imediatamente anteriores, a alta havia sido de 10,07%. 

No ano, o IPCA acumula alta de 4,39%. Em agosto de 2021, a variação havia sido de 0,87%.

“Alguns fatores explicam a queda menor em relação a julho. Um deles é a retração menos intensa da energia elétrica (-1,27%), que havia sido de 5,78% no mês anterior, em consequência da redução das alíquotas de ICMS. Também houve aceleração de alguns grupos, como saúde e cuidados pessoais (1,31%) e vestuário (1,69%), e a queda menos forte do grupo de transportes em agosto. No mês anterior, os preços da gasolina, que é o item de maior peso no grupo, tinham caído 15,48% e, em agosto, a retração foi menor (-11,64%)”, explicou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Combustíveis são mais uma vez o destaque

Assim como em julho, a deflação veio principalmente da queda no grupo dos Transportes (-3,37%), que contribuiu com -0,72 ponto percentual (p.p.) no índice do mês. O destaque vem mais uma vez da queda no preço dos combustíveis (-10,82%). 

Segundo o IBGE, em agosto, os preços dos quatro combustíveis pesquisados caíram: gás veicular (-2,12%), óleo diesel (-3,76%), etanol (-8,67%) e gasolina (-11,64%) – neste último caso, o impacto negativo foi o mais intenso (-0,67 ponto percentual) entre os 377 subitens do IPCA. 

O IBGE lembra que o preço da gasolina nas refinarias foi reduzido em R$ 0,18 por litro em 16 de agosto.

Já os preços das passagens aéreas (-12,07%) também recuaram, após quatro meses de altas. Para o gerente da pesquisa, a sazonalidade é uma das explicações para esse resultado. 

“Essa é uma comparação com julho, que é um mês de férias e há aumento da demanda. Além disso, foram quatro meses seguidos de alta, o que eleva a base de comparação. Também há o impacto da redução do querosene de aviação nesse período”, explica. 

Além disso, o grupo Comunicação também teve deflação, com impacto de -0,06 p.p. no índice geral. No lado das altas, o destaque foi Saúde e cuidados pessoais, que contribuiu com 0,17 p.p. em agosto. Já Alimentação e bebidas desacelerou em relação a julho, com impacto de 0,05 p.p. O grupo Vestuário teve a maior variação positiva no IPCA de agosto. Veja abaixo: 

  • Alimentação e bebidas: 0,24
  • Habitação: 0,10
  • Artigos de residência: 0,42
  • Vestuário: 1,69
  • Transportes: -3,37
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,31
  • Despesas pessoais: 0,54
  • Educação: 0,61
  • Comunicação: -1,10

fonte: G1