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Juros, combustíveis e alimentos; o que tem feito a inflação cair, segundo analistas

Na segunda-feira (22), as instituições do mercado financeiro reduziram a previsão para a inflação em 2023, sendo a primeira queda apresentada no Boletim Focus em 19 semanas. Especialistas avaliam que a revisão é resultado da política monetária do Banco Central, ao elevar as taxas de juros e das perspectivas de desaceleração da economia global, que diminui a demanda.

Para Gesner Oliveira, professor de economia da FGV, resultado foi possível por conta de três fatores: a queda nos preços dos combustíveis, preços dos alimentos demonstrando arrefecimento e por conta das ações adotadas pelo BC.

“Precisamos ligar sempre ao fato de que temos a autonomia do BC e de que ela vai continuar independentemente dos resultados das eleições, então diferentemente de outras viradas de governo, não temos dúvida quanto a quem vai ser o presidente, ele já está lá e sua política vai continuar. O segundo elemento foram as ações pontuais em relação aquilo que tem peso nos índices que é o preço da gasolina e o preço do diesel. E, por fim, temos os alimentos em um arrefecimento, seja doméstico – pelos resultados das safras de grãos que estão positivos – e internacional – com o reestabelecimento da rota comercial de grãos”, explica.

Segundo Oliveira, em 2023, a inflação deve se comportar de acordo com a credibilidade da política econômica do novo governo.

“A política monetária tem essa expectativa mais estável, mas temos contas fiscais frágeis e existe uma dúvida de qual será a política corretiva em relação às pautas fiscais e se, realmente, vai ser perseguido um equilíbrio macroeconômico mais sólido. Se o novo governo der essa indicação – de que vai perseguir um equilíbrio de pautas fiscais -, podemos ver uma continuidade da desaceleração e será possível criar as condições para um retorno ao intervalo da meta de inflação em 2024”.

FONTE: CNN Brasil