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Bolsonaro vai a posto para fiscalizar preços dos combustíveis e diz esperar novas reduções

Empenhado em faturar politicamente com a queda dos preços dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi a um posto em Brasília, nesta sexta-feira (22), conferir o valor praticado nas bombas. Em sua ronda, ele disse esperar da Petrobras novas reduções, caso a cotação internacional do petróleo caia novamente. Ao seu lado, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse que o adiamento das metas individuais de compra dos Créditos de Descarbonização (CBios) tem potencial de reduzir R$ 0,10 no preço final da gasolina e do diesel.
Segundo ele, os Cbios, quando começaram, estavam em R$ 30, R$ 40 [preço do título na B3]. Na semana passada, chegaram a R$ 200. “Então, a nossa medida agora tem potencial de reduzir em R$ 0,10 o preço da gasolina e do diesel”, afirmou Sachsida.
O governo federal publicou um decreto, nesta sexta-feira (22), regulamentando o adiamento do cumprimento das metas individuais de compra dos CBios. A medida estabelece, em caráter excepcional, que as distribuidoras de combustíveis terão até setembro de 2023 para comprovar a meta de 2022.
A decisão de prorrogar o prazo para cumprimento das metas foi tomada na sexta-feira (15) passada pelo comitê do RenovaBio. Desde então, os preços dos CBIOs, que estavam em alta, derreteram, como mostrou o Valor.
A medida foi duramente criticada por representantes do setor produtivo sucroenergético. O segmento teme pela perda de credibilidade do programa. O decreto publicado nesta sexta (22) define 31 de março como data de comprovação de atendimento à meta individual de CBIOs, com a excepcionalidade para 2022/23.
O posto escolhido por Bolsonaro para conferir os preços fica na área central de Brasília e passou a ser conhecido nacionalmente por ter sido o local que deu início às investigações da operação Lava-Jato. O presidente também estava acompanhado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, responsável pela secretaria que monitora eventuais abusos de preços, a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor).
O presidente incentivou os motoristas a cobrar a redução de preços nos pontos de venda. “A gente pede para o usuário que fique com a nota fiscal. Lá na frente, a gente pode, talvez, se reunir e entrar com uma ação contra quem não está reduzindo o preço dos combustíveis”, afirmou.
“Estamos divulgando, fazendo pressão… De modo que o que está sendo deixado de arrecadar, de imposto estadual e federal, que não fique com distribuidoras ou alguns postos de gasolina. Essa diferença tem que ficar com o consumidor.”

Petrobras

Bolsonaro elogiou a atual gestão da Petrobras, comandada por Caio Mario Paes de Andrade, e disse esperar novas quedas de preços.

“O pessoal reclama de interferência. Eu sou um acionista lá, dos que mais têm ações. Então, eu converso com as pessoas, dou sugestões”, afirmou. Acho que, com a outra diretoria, a gente não esperaria diminuir estes R$ 0,20 de agora. Eu espero que, se o brent cair mais um pouquinho, certamente a Petrobras vai rever o preço para baixo”, afirmou.
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Autor/Veículo: Valor Econômico