Os contratos futuros do petróleo fecharam em forte queda hoje, perdendo o nível dos US$ 100 e anotando novas mínimas desde abril, pressionados pelos temores de que a desaceleração econômica global e possíveis novos lockdowns na China prejudiquem a demanda pela commodity.
O contrato do petróleo Brent para setembro – a referência global da commodity – fechou em queda de 7,10%, a US$ 99,49 por barril, enquanto o do WTI americano para agosto recuou 7,92%, a US$ 95,84 por barril. O índice dólar DXY, que normalmente tem correlação negativa com os preços do petróleo, sobe 0,07%, a 108,095 pontos.
Os investidores seguem à espera de mais dados econômicos e do começo da temporada de balanços nos EUA para avaliar a saúde da economia americana, em meio aos temores de que uma recessão nas maiores economias do mundo derrube a demanda pela commodity.
“Excluindo a possibilidade de uma grande queda da oferta, parece que o petróleo vai continuar sendo negociado abaixo dos US$ 100 por barril por um tempo, até que as perspectivas para a demanda de petróleo melhorem”, diz Edward Moya, analista sênior de mercados da Oanda, à “Dow Jones Newswires”.
Mais cedo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deixou sua previsão de crescimento da demanda mundial por petróleo inalterada em 3,4 milhões de barris por dia para 2022. Em seu relatório mensal, a organização afirmou que elevou sua estimativa de demanda do primeiro trimestre, mas cortou a demanda do segundo trimestre devido ao “ressurgimento da covid-19 na China e às incertezas geopolíticas em andamento”.
Para 2023, espera-se que o crescimento da demanda mundial por petróleo diminua para 2,7 milhões de barris diários, para uma média de 103,0 milhões de barris, “apoiado por um desempenho econômico mais sólido nos principais países consumidores, bem como melhores desenvolvimentos geopolíticos e contenção do coronavírus na China”, afirmou o relatório.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve visitar a Arábia Saudita para tentar convencer o país a aumentar a sua produção de petróleo por conta de problemas relacionados aos preços da gasolina no país e a tentativa de evitar que a Rússia consiga equilibrar as suas contar por meio da commodity. No mês passado, o G7 concordou em avaliar um teto de preços para o petróleo russo.
Autor/Veículo: Valor Econômico